(Literatura de Cordel inédita)
Deixa ser lar e seu estado
O rico Estado de São
Paulo
Sempre foi natural
destino
De Brasileiros e
estrangeiros
Qualidade de vida, e de
ensino
A gente chega em São
Paulo
Que acolhe os Nordestinos
Também é a nossa Terra Amada
Já à muito mais de cem
anos
A deixar seu próprio chão
Muitos casam e são
felizes
Muitos Nordestinos chegam
E pra pousar, ter
moradias
Das mais diversas cidades
A gente já chega
perdendo
Sendo rico ou sendo pobre
Sendo operário ou artista
Numa sociedade
exclusivista
Quando procuramos emprego
O Desrespeito e a Exploração
Tem um emprego
clandestino
Só com muita inteligência
Sorte, estudo e paciência
Sobrevivem os Nordestinos
Como fossemos Refugiados,
Sem nossos Direitos Civis
Muitos passam a vida
inteira
Presos nas garras do
aluguel
Sem um teto e, sem um lar
Por mais que a gente
trabalha
E tem fé em Deus lá no
céu
Comprar uma casa ou um
barraco
É mais amargo do que
fél...
Na Periferia e no Aluguel!
Em todos os bairros e
cidade
É formada por nossa gente
Tão humilhada e tão
carente
Longe das autoridades
Também existem aos milhões
Em cortiços, periferia
morando de aluguel
sem casa e cidadania
longe dos cadastramentos
para casas, apartamentos,
em Planos de Moradia
Ensino, Trabalho, Moradia
Sem preconceito ou Racismo
Refugiados e estrangeiros
Com o Nordestino Brasileiro
Aos Conterrânos e Nordestinos
Por sermos caboclos, afroíndios
Sangue índio, afro, ou latino
Nos sentimos em um Sistema
Por Sindicatos e pelo
Estado
Do Empresário e do Doutor
São
as mulheres que mais sofrem
Sofrendo
nas áreas rurais
Se não houvesse o Racismo
Os Conterrânos em São Paulo
Fossem iguais pela cidade
A Prole herdeira e
racista
De ser excluído nesta
terra
Onde a gente sofre, se
ferra
Fui trazido por meus pais
Quando ainda era um
menino
Nunca perdi Minhas Raízes
De CONTERRANO, Nordestino
Não tive Escola,
Faculdade
Não tenho Diploma de Poeta
Mas em POÉTICA, me formei
Sonhando em vencer um dia
Desesseis anos no Aluguel
Não pude comprar meu Chão
Vou ensinar o Conterranismo
Buscar Justiça
e Igualdade
Os nossos trabalhadores
Seriam mais respeitados
Os Artistas Forrozeiros
Não seriam mais humilhados
Com a união da nossa gente
Numa grande Sociedade
Oxente
Que mesmo tendo boa
vontade
E
não são os nossos escolhidos
Entre os Povos Brasileiros
Repente e viola e
pandeiro
Rapadura, Farinha, Buchada
O “Velho Chico,” a Vaquejada
FORRÓ, não é ritmo ou estilo
É o nosso Complexo
Musical
Que vai do 'Forró Moderno'
Forró Pé-de-Serra, Tecladistas,
Trios,
Bandas e Artistas,
Cada Cultura em São Paulo
Nos Calendários das
cidades
Tem Representantes Políticos
E os seus Costumes Típicos
Entre os Povos Paulistanos:
Quem perde são os Conterrânos
Impedem nossa mobilidade?
Vítimas de um antigo mal:
Na Imprensa ou Mídia paulista
Contra o Forró, o preconceito
Contra o Músico Forrozeiro
O Empresário, o produtor.
Forródromos, Centros de Tradição
Para exaltar o nosso
valor
Fora das grandes
emissoras
Radialistas, Apresentadores
Competentes profissionais
Jornalistas, Intelectuais,
Nas tais “Grandes Emissoras”
Só a Rádio Imprensa é
exceção
Das Senzalas Do do Dia a
Dia
Só resta a Mídia Alternativa
Nossas Rádios Comunitárias
Pois Somos todos perseguidos
Desrespeitados, e excluídos
Do Profissional Forrozeiro!
É como se houvesse uma “Lei”
Deixo um desafio marcado:
PROVEM
QUE ESTOU ERRADO
QUE
NÃO EXISTE A EXCLUSÃO !
No dia que houver justiça,
social e cultural
quando acabar o racismo,
a exclusão musical
quando enfim, houver respeito
teremos nosso direitos
na sociedade nacional
A nossa luta diária
é uma luta de guerreiros,
por direitos sociais,
dos conterranos forrozeiros..
no Nordeste ou no Sudeste
Norte, Sul e Centro-Oeste
somos todos Brasileiros..
Lutamos pelo trabalho,
por uma digna moradia,
salário justo e respeito..
o fim da Oxentefobia.
luta com dignidade,
dentro da sociedade
por nossa cidadania
Vamos todos se unir
pelo Sociativismo
grande força social
do nosso Conterranismo
agindo nas periferias,
buscando cidadania
sem haver "politicismo"..
Se humilha a Não-nordestinos
Que exploram nossas dores
Pra nos calar e nos conter
Para ao Forró, parasitar,
Convido os Irmãos Brasileiros
De todas as Raças e Culturas
Contrários a essa loucura:
Clamo aos Conterrânos famosos
Não se esqueçam do meu povo
Longe do Artista e do Doutor
Penando aqui neste Estado.
Triste do Artista
forrozeiro
Em um mal que não tem cura.
Ao Popularismo mundial
Na mais ingrata aventura
Triste daquele Conterrâno
E se embriaga na Política
Só pensam em sua vaidades
Em seus pequenos impérios
Por preconceito ou ambição
Tem outros que são omissos
Só
preocupam-se com as Bandas
Os seus Shows, e seus Artistas
Seu Ideal é ganhar dinheiro
Inconsequentes forrozeiros
Ainda bem que há Conterrânos
Não se vende, ou se desvia
De ajudar nosso Imigrante
Se unindo a Trabalhadores,
Muita coisa ia ser decidida
No Forró, no Tradicional:
Entre nós não há IRMANDADE
Em todos os bairros e cidades
Nosso povo sempre a sofrer
Sem sermos um sindicato
e nem associação
sem comercialidade
tudo em prol do nosso irmão..
operários e artistas
políticos e ativistas
Conterranos em união
É preciso que nosso povo
seja forte e respeitado
com prefeitos, vereadores,
deputados em cada estado.
nossos mais de cem milhões
nos dias de eleições
não serão mais enganados..
Ou almejamos o Poder,
ou a eterna submissão..
Vamos ter que escolher
todo Povo do sertão
com nosso patriotismo,
a força do Conterranismo
trazer justiça a essa nação..
Nossa luta em São Paulo
pra conquistar nossos direitos
pra defender nosso povo
contra todo preconceito
é luta desorganizada
sem ideal, desfocada
sem causar nenhum efeito
Olhando seu próprio umbigo
Só preocupando-se consigo
Os Conterrâneos irão sofrer
Longe da Mídia e do Poder
Sem conhecer nosso Inimigo
Mas mesmo com tantas Barreiras
Só desunião e sofrimento,
Provamos o quanto somos fortes
..Só com Deus no Pensamento
Na luta contra a Exclusão
Na rua, empresa, ou em casa
Em todos os bairros e cidades
Dos Forrozeiros paulistas
Grandes Artistas do Forró
Pra mostrar ao Povo Paulista
Nordestinos, Mineiros do Sertão
E criamos Raízes em São Paulo
De voltarmos qualquer dia
Para nossas lindas cidades
Norte de Minas, ou Nordeste
Do São João, da Vaquejada,
Que não se pode preencher
Um querer, e não querer...
Entre a vontade de ficar,
O Nordestino Ama São Paulo
Mas não há dinheiro que pague
Muitos dos que vem pra cá
Só Deus sabe o sofrimento
Que nesta terra já passei
Com minha Esposa e Filhos.
Meu Deus, quanto chorei !
Sem rever mais o meu Chão
Como um Dever a nos guiar:
O Sertão, que é o Nosso Lar
De ser excluído, desrespeitado
Em seu sistema exclusivista.
Um Constitucional Direito.
Na luta contra a Exclusão,
A Segregação e o Preconceito.”
“Erga-se contra a Injustiça
Com a força do CONTERRANISMO,
Brasilidade e Patriotismo
Construiremos um Novo Brasil.
LUCIO-X O POETA DO CONTERRANISMO
Nenhum comentário:
Postar um comentário